sábado, 25 de abril de 2015

Como Lidar com Crises Nervosas em Crianças com Autismo e Asperger

Métodos:1-Acalmando a criança durante a crise 2-Evitando crises nervosas 3-Entendendo as causas das crises
As crises nervosas são comuns em crianças com autismo e síndrome de Asperger. Elas ocorrem quando elas ficam estressadas, chateadas ou hiperestimuladas. Os ataques podem ser perigosos para a criança e assustadores para os pais, por isso é importante desenvolver uma forma eficaz de lidar com eles e minimizar a sua ocorrência.
Método 1: Acalmando a criança durante a crise

Aja de forma calma e reconfortante. Durante uma crise a criança geralmente fica confusa, agitada, frustrada, perturbada ou com medo - ou seja, enfrenta todos os tipos de emoções negativas.
Portanto, falar alto, gritar ou bater nela não ajuda nada nessa situação e é muito mais provável que piore as coisas.
O que a criança precisa durante a crise é saber que tudo vai ficar bem, que ela está segura e que não há motivo para ficar em pânico. Tente ser o mais paciente possível.


Abrace. Na maioria dos casos a raiva da criança é expressada de forma física, por isso é importante contê-la. Ela pode estar com tanta raiva que perde completamente o auto-controle. Abraçar a criança vai ajudar a acalmá-la e limitar os seus movimentos para que não possa se machucar.
É um fato conhecido que abraçar libera a ansiedade no corpo. A criança pode tentar afastá-lo e tentar se libertar no início, mas depois de algum tempo vai derreter em seus braços e se acalmar.
Muita gente acha difícil fazer isso com crianças mais velhas e mais fortes. Nesse caso é útil ter uma pessoa maior por perto (como o pai).


Coloque a criança de castigo. Haverá vezes em que palavras tranquilizadoras e abraços amorosos não serão suficientes para parar o colapso. Nessas situações, não hesite em ser severo e firme com a criança.
A primeira coisa a fazer é tirar a criança do ambiente em questão, deixando-a de castigo em outro cômodo. Esse isolamento, por vezes, pode ajudá-la a se acalmar.
A duração do castigo pode começar a partir de um minuto, dependendo da idade da criança.


Aprenda a identificar a diferença entre crises nervosas reais e falsas. Às vezes a criança vai fingir um colapso para conseguir o que quer. É melhor ignorar nesse caso, porque ela vai se acostumar a usar essa tática para manipular. O ônus recai sobre você, como pai, que precisa saber quando a crise é verdadeira.


Esteja preparado para futuras crises. As crises nervosas fazem parte da vida com uma criança autista. Portanto, é importante estar sempre preparado por futuros ataques.
Mantenha objetos perigosos longe de lugares que são acessíveis para as crianças, pois elas podem tentar machucar a si mesmas ou outras pessoas ao seu redor.
Tenha alguém forte por perto caso seja necessário conter a criança.
Verifique se o telefone está perto de você e funcionando caso seja necessário chamar alguém para ajudar.
Mantenha todos os gatilhos que podem induzir um colapso longe da criança.


Chame a polícia, se necessário. Pode haver raras ocasiões em que a situação fica completamente fora de controle e você pode sentir que não consegue lidar com isso sozinho. Nesse caso é preciso chamar a polícia para pedir ajuda.
Chamar a polícia geralmente faz a criança se acalmar, pois ela fica com medo.
Quando os policiais chegarem, ela já extravasou praticamente toda a sua raiva e está se esforçando para parar, mas não consegue porque perdeu o controle sobre si mesma.

Método 2: Evitando crises nervosas

Mantenha a criança entretida. É muito mais fácil para uma criança autista entrar em modo de crise quando está entediada. Portanto, você deve ficar atento a qualquer sinal de irritação; a frustração pode indicar um colapso iminente.
Assim que você perceber que a criança pode estar precisando de uma mudança, troque para outra atividade para dar um descanso do que está causando o tédio.
Tente envolvê-la em uma atividade física que ajude a gastar energia, como caminhada, jardinagem ou qualquer coisa que refresque a mente.


Tire a criança da situação estressante. Se você se sentir que certas situações, condições ou ambientes estão agindo como gatilhos para os colapsos, tente tirar a criança dali o mais rápido possível.
Por exemplo, se você notar que seu filho está ficando cada vez mais agitado em uma sala barulhenta cheia de gente, tente retirá-lo da situação antes que seja tarde demais.
Tente levar a criança para fora ou para uma sala silenciosa, onde ela possa ter um momento para se acalmar.


Faça uma gravação em vídeo da crise e mostre para ela depois. Faça um vídeo do colapso e mostre para a criança mais tarde quando ela estiver com um humor melhor, depois que a crise e seus sintomas passarem. Isso dá a ela uma visão mais objetiva da crise e é uma oportunidade para analisar seu próprio comportamento. Uma imagem vale mais do que mil palavras.


Explique a diferença entre comportamentos bons e maus. Quando a criança tiver idade suficiente para entender, sente com ela e tente explicar a diferença entre comportamentos bons e maus e entre aceitáveis ​​e não aceitáveis. Fale também sobre as consequências de seu comportamento, como deixar a mamãe e o papai com medo ou tristes.


Use reforço positivo. Quando a criança apresentar sinais de que está controlando a crise, ou pelo menos tentando, ofereça elogios sinceros por seus esforços. Realce o comportamento positivo e aponte suas vantagens e benefícios. Diga como ficou orgulhoso pelo seu bom comportamento. Tente colocar mais ênfase em destacar bons comportamentos do que punir os maus.


Use um quadro de estrelas. Faça um quadro de estrelas para pendurar na cozinha ou no quarto da criança. Use estrelas verdes para cada bom comportamento ou azuis para cada tentativa de controlar uma crise (mesmo se ela falhar). Use uma estrela vermelha para cada birra ou colapso descontrolados. Incentive a criança a transfomar as estrelas vermelhas em azuis e as azuis em verdes.

Método 3: Entendendo as causas das crises

Cuidado com ambientes muito estimulantes. Uma criança com autismo ou Asperger está pouco equipada para lidar com ambientes e atividades intensivos e excessivamente estimulantes.
Excesso de atividade ou muito barulho no ambiente podem sobrecarregar a criança.
Ela então tem dificuldade para lidar com o excesso de estímulos, o que provoca um colapso.


Esteja ciente de problemas de comunicação. As crianças autistas são pouco aptas para comunicar sentimentos, ansiedade, estresse, frustração e confusão devido à sua dificuldade de se comunicar de forma adequada e significativa.
A dificuldade de comunicação também as impede de construir amizades e relacionamentos, o que pode estressar ainda mais a criança.
Ela não encontra outra maneira de expressar suas emoções e sentimentos e busca refúgio nas crises.


Não sobrecarregue a criança com informação. As crianças com autismo ou Asperger normalmente têm problemas com o processamento de informações. Eles não podem lidar com muita informação vindo em sua direção em um espaço curto de tempo.
A informação precisa ser passada para elas lentamente, de preferência em passos simples e únicos.
Quando uma criança autista recebe muita informação muito rápido fica em pânico e isso pode levar a um colapso.


Evite se afastar muito da rotina normal da criança. Ela espera consistência e rotina em todos os aspectos de sua vida e tem expectativas para tudo. Essa rigidez lhes dá uma sensação de segurança e faz com que se sintam seguras.
Mas quando há uma mudança na rotina elas acham tudo imprevisível e isso pode perturbar a tranquilidade da criança. Ela pode se sentir frustrada, entrar em pânico e isso pode resultar em uma crise nervosa.
A necessidade de consistência e previsibilidade cria um forte desejo de ter controle sobre tudo e qualquer coisa. Mas, quando as coisas não se apresentam da forma como ela espera, pode ser avassalador.


Tenha cuidado ao intervir desnecessariamente. Às vezes, certos tipos ou quantidades de envolvimento que a criança não espera ou aprecia podem causar um colapso. Isso pode ser especialmente verdadeiro quando se trata da comida. Elas esperam que as pessoas ao seu redor respeitem a sua necessidade de ser independente e fazer as coisas por conta própria.
Por exemplo: a criança pode querer passar manteiga no pão sozinha. Mas se alguém intervem e faz esse trabalho para ela, a criança pode ficar muito perturbada.
Por fora pode parecer uma questão trivial, mas possui um enorme significado para ela. Pode começar como uma birra e levar a um colapso nervoso. Portanto, seria melhor deixar a criança fazer o trabalho sozinha e apenas perguntar se ela precisa de ajuda.

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